Avatar, uma revolução muito além do cinema

Quem está com medo do fim do mundo em 21.12.2012, segundo o calendário Maya, pode ficar tranquilo. Para mim, o mundo acabou dia 19.12.2009. Foi nesse dia que assisti o filme Avatar, num cinema 3D. Gente, socorro! O filme é uma revolução sem precedentes. Foram criadas novas câmeras especialmente para filmar o universo criado por James Cameron, que esperou 15 anos para ter a tecnologia necessária para tirar o roteiro de Avatar da gaveta e por nas telonas. Saiba mais neste link: http://g1.globo.com.

Quando entrei no cinema e recebi os óculos 3D não botei muita fé. Imaginei que as cenas 3D seriam boas, mas nada além disso. Quase morri só na entrada dos trailers antes do filme. A qualidade das cenas é impressionante. Parece que a cena está na sua frente. E quando começou o filme, nossa! Levei susto, fiquei com medo de altura e tudo mais. A sensação é que entramos dentro de cada cena. Uma experiência única! Quando cheguei em casa, liguei a TV, bateu uma depressão bem grande ao ver o mundo no formato antigo, sem profundidade. Mas o que isso afeta o resto da imagem?

Bem, sempre sugiro em palestras, workshops e eventos de fotografia, que devemos nos alimentar do cinema, do teatro e de toda cultura ao nosso redor para inspirar e fortalecer nosso processo de edição, como habitualmente fazemos com livros, revistas e sites. Devemos estar antenados no mundo externo para criar o nosso próprio mundo, a nossa própria visão, misturando nossa experiência, nossa sensação, nossa criatividade com aquilo que nos cerca. Por isso, penso que Avatar será o combustível para uma revolução bem maior que nas telas de cinema. Que haverá um boom de filmes 3D, que as televisões, em breve, devem adotar a exibição também nesse formato é bem óbvio. No mercado das imagens estáticas, impressas em revistas, por exemplo, creio que teremos imagens 3D em livros, peças publicitárias e até conteúdo editorial. Só não sei se veremos isso com a ajuda dos óculos 3D ou a olho nu mesmo. E isso, com certeza, irá afetar o nosso processo de edição de imagens. Você já tentou simular um efeito 3D no Photoshop deslocando os canais de cor verde e magenta? Bem, esse é o processo antigo, mas após Avatar, em breve, teremos mecanismos mais avançados para transformar imagens bidimensionais em tridimensionais. É apenas uma questão de tempo. Se você acha que isso é muita ficção, na PhotoImageBrazil deste ano, a Fuji lançou a câmera FujiFilm FinePix Real 3D W1, uma câmera fotográfica que capta imagens em 3D (saiba mais neste link: www.terra.com.br).

O que foi usado na produção e filmagens de Avatar:

Motion capture – A tecnologia em “motion capture” – que transfere os movimentos e expressões de um ator para as telas em forma de imagem digitalizada – vem sendo aperfeiçoada desde o lançamento de O Expresso Polar (2004), de Robert Zemeckis. Com Avatar, ela toma novos rumos. O nível de perfeição atingido por James Cameron na composição das criaturas alienígenas do filme é alto. Quando colocados lado-a-lado, humanos e os extraterrestes de Pandora não parecem tão distantes. As expressões conseguidas são semelhantes às de atores frente a uma câmera normal. Tal trabalho foi realizado com o auxílio de um capacete, acoplado a uma câmera, criado especialmente para captar esses movimentos. Cameron disse que optou por esse sistema pelos avanços trazidos em personagens como por exemplo, Gollum (O senhor dos anéis , King Kong e Davy Jones de Piratas do Caribe)

3D estereoscópico – Até o momento, nenhum filme havia trabalhado com o 3D de forma tão impressionante quanto Avatar. Parte desse resultado veio com a criação de câmeras menores do que os trambolhos utilizados atualmente para filmar o gênero. Com essas pequenas preciosidades, o diretor pôde aprofundar a captação de imagens, melhorando também os movimentos e a profundidade do cenário. Em determinado momento do filme, mosquitos aparecem no meio da selva de Pandora. Sim, eles vão te incomodar um tanto, como se fossem reais, especialmente se conferir a produção nas salas IMAX de São Paulo ou Curitiba.

Cenários virtuais – A animação não será mais a mesma após Avatar. Filmes recentes, como Up – Altas Aventuras e Os Fantasmas de Scrooge, parecem bastante atrasados, tamanha a profundidade de cenários que Cameron consegue exibir. Para isso, foi necessário encomendar uma câmera nova ao estúdio Weta Digital, que pertence a Peter Jackson (O Senhor dos Anéis). Ela funciona desta maneira: enquanto os atores atuam diante do fundo verde, o diretor pode vê-los já interagindo com os cenários criados em computador. Um tremendo avanço se comparado às tecnologias atuais, que rodam as cenas e só depois incluem os efeitos. Se o cineasta for bom, a hipótese de ver um personagem mirando qualquer coisa menos aquilo que está ao seu redor – como já aconteceu em 2012, com John Cusack – é quase nula.

Por tudo isso, bem-vindo ao novo mundo, a um novo ciclo da imagem!

6 Respostas to “Avatar, uma revolução muito além do cinema”

  1. Isso é tudo que eu tenho para dizer sobre o filme Avatar:

    Avatar

  2. Nossa…Não vejo a hora de ir ao cinema….Já esperava que seria um coisa de um “novo mundo”…mas pelo visto deve ser melhor ainda…

  3. Nossa eu fiquei muito satisfeita quando terminou o filme , sabe aquele filme que vale a pena mesmo, que vc acha que não tem mais nada para ver , nada interessante e novo , e aparece AVATAR , cara foi o maxiiimo!! Recomendo! Muito real para um mundo tão virtual!

  4. João Moreira Says:

    Realmente o filme impressiona por ser uma mega-super-blaster produção.
    Também assisti em 3D no shopping Center Norte, mas acho que a sala não foi projetada especialmente para o 3D, deve ter sido uma adaptação, mas mesmo assim, valeu muito a pena.
    E acredito que o filme vale cada centavo que pagamos. Não é a toa que é o filme mais caro da história e de todos os tempos.

    • Altair Hoppe Says:

      De fato João, o filme vale cada centavo ao nos mostrar um novo mundo, que em breve estará dentro de nossas casas: o 3D.

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